terça-feira, 22 de novembro de 2005

#63 – Eu não acredito.

Existem assuntos que eu não gosto de discutir, não por ignorância ou por falta de argumentação, mas simplesmente por haver certas peculiaridades que por muitas vezes mantém-se impregnadas na mente do outro interlocutor.
É o caso da religião, aonde cada uma impõe teu ponto de vista e muitas vezes até restringem a liberdade do ser humano de forma estúpida, deixando-o a margem da ignorância dos fatos. Não irei aqui discutir as religiões orientais ou mulçumânicas pelo fato de não estar totalmente por dentro das mesmas e por achar a segunda um tanto quanto bizarra.
Tendo consciência do certo e do errado, as pessoas podem muito bem viver em harmonia com o mundo carnal e espiritual, com seus semelhantes e com a natureza ao redor. É tudo questão de educação, coisa cada vez mais escassa no nosso tempo. Não existe religião "A", "B" ou "C" melhor que a outra, mas há um abismo enorme entre os métodos empregados na doutrinação ou adestramento de seus seguidores.
Há muito tempo perdi a paciência em assistir a tradicional missa dominical, justamente por causa da linguagem apresentada pelos sacerdotes, que faz lembrar-me de Machado de Assis.
Também levo em consideração que a Bíblia foi escrita por homens, tão falhos e pecadores quanto eu, e que naquela época a dominação da Igreja Católica sobre as pessoas era quase que monopolizadora e as riquesas obtidas foram graças a fidelização de seus fieis, com punições muito severas a quem não seguisse sua linhagem (alguém lembra da Inquisição) e não contribuisse com as boas causas da instituição.
Ainda hoje, recebo prospectos de diversas igrejas protestantes e de alguns amigos e percebo que a metodologia aplicada continua a ser a mesma da Velha Igreja, pois as interpretações quanto aos textos bíblicos são surpreendentemente contra aqueles que não a seguirem:
"Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus" - João 3:3
"Todos nós somos como o imundo... desde a planta do pé até a cabeça, não há nele coisa sã, senão feridas, inchaços e chagas podres." - Isaías 64:6 e 1:6
"Os ímpios serão lançados no inferno." - Salmo 9:17
Pelos exemplos que aqui citei, o ser humano está diante de um Deus impiedoso, vingativo e tirano.
Perdõe-me todos, mas se temos inteligência e livre arbítrio para decidir o que fazer, não vejo Deus como um carrasco e sim como alguém que deixa o futuro em nossas mãos. Devo ser muito criticado ou repreendido pelo que escrevo, inclusive pelos espíritas, entretanto não pude deixar de expressar a minha indignação quanto a falta de educação e excessiva ignorância da população.¿Amém!

domingo, 6 de novembro de 2005

#61 – Cadê a educação.

Sou a favor do ensino integral e concordo quando dizem que o ensino do Brasil (sob um aspecto generalista) vai de mal a pior.
Depois de observar a relação entre minha secretária e sua filha, aqui em casa, cheguei a conclusão que a única coisa de útil que o finado Leonel Brizola foi o projeto de CIEP, na sua concepção original, aonde as crianças ficavam em período integral no colégio, com direito à alimentação, saúde e esporte.
A criança em questão está com seus 8/9 anos estudando e na fase da curiosidade, não tem o "apoio" da mãe para suas questões e dúvidas, pois a minha secretária sempre diz: "eu não estudei, sou burra, não estudei e não sei o que é isso. Vá procurar fulano ou sicrano e pergunta a ele". Como é que uma criança vai ter interesse em aprender algo, se o incentivo que ela deveria ter "em casa" vai todo em vão? Além de não ter incentivo para estudar, ainda há o fato de que todas as vontades da criança são feito, sem que seja cobrado uma melhora no seu desempenho na escola.
Não esqueço jamais, que a escola é somente uma instituição que aprimora a educação das crianças no que diz respeito à moral e cívica, além outras matérias, enquanto que a verdadeira educação vem de casa, passada de pais para filhos. Há também a influência de outros meios, como a religião e a dos amigos. Existem "n" casos em que os pais, na condição de ignorantes da cultura e educação dada pelo colégio (muitas vezes por força maior), incentivam suas crianças a estudar e sempre estão atento aos resultados obtidos pelos filhos.
Como querer um país desenvolvido, se não há um trabalho de conscientização entre os pais e um ensino decente para os filhos?
A falta de princípios e ética no seio da família, ajudada pela demontração dos governantes com tantos exemplos de corrupção, apadrinhamento, nepotismo e outras aliado ao descaso quanto à melhoria do ensino nos colégios públicos, faz com que a bagunça seja generalizada, a ignorância proliferada e o caos reine.
O resultado, podemos ver nas ruas, com a remota possibilidade de acreditar em pessoas com o senso de moral cívica e ética.
¿Beijos!