Fiquei em estado de choque ao receber a notícia do acidente que teve como consequência a morte do jornalista, cidadão, pai e amigo de todos, Ricardo Eugênio Boechat. Quem o ouvia, assistia ou lia, tinha enorme admiração e carinho pelo saber desse jovem senhor que completaria 67 anos em 13/07. O profissional que nos era apresentado diariamente tinha pulso firme e convicções em suas declarações e, concordassem uns ou não, a honestidade era sua marca registrada. Pessoa de muitos amigos, ainda que não concordassem com suas opiniões, o que mais ouvi e li em termos depoimentos foi a palavra "generosidade". O homem por trás do profissional era de um coração enorme, de uma simplicidade fora do comum e com uma capacidade de auxiliar os novatos em sua profissão de maneira incomum.
Admiro pessoas inteligentes e com uma capacidade de se reinventar e Boechat era uma dessas pessoas. Um cara que começou no jornal impresso, não terminou sua carreira na faculdade e aprendeu o ofício de jornalista como poucos, passando pelos principais jornais e revista do país, migrando para a televisão, deixando sua marca nos canais por onde passou e fechando o círculo como profissional nas rádios Paradiso FM e Band News FM, do grupo Bandeirantes (aonde ele trabalhava também na televisão).
E a pessoa Boechat, segundo depoimentos de amigos de outras emissoras, jornais e rádios (algumas das quais ele havia passado e deixado sua marca), era alguém de uma honestidade fora do comum. Pela primeira vez, em minhas quase 5 décadas de vida, presenciei algo do gênero: todos os canais, jornais, revistas e rádios prestaram homenagem ao jornalista, confessaram ver e/ ou ouvir o canal/ rádio concorrente, sem poupar os nomes umas das outras, porque ele era ele - e foi capaz de unir todas as mídias nesse dia tão trágico. Miriam Leitão, Eduardo de Azevedo, Ancelmo Goes, Otávio Mesquita, Boris Casoy, Augusto Nunes, Carlos Nascimento, entre tantas outras centenas (senão milhares) de nomes que lembraram com carinho a trajetória do profissional e amigo, com os olhos inchados, as vozes roucas e muitas vezes com depoimentos que por pouco não saiam por conta da forte emoção que carregavam.
Assistia o programa de rádio dele no YouTube, como faço ainda hoje, na Band News e vou lembrar do excelente jornalista que encarava os fatos com a indignação que era necessária e com humor com alguns fatos como a depressão e operação de hemorroidas.
Ele fará falta para o país, para os meios de comunicação e para todos nós, ouvintes e telespectadores.
Que Deus o tenha num ótimo lugar e que ele enxergue a grandiosidade do homem que sempre foi.
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