quarta-feira, 13 de setembro de 2006

#68 – Meu mundo é o que eu vivo...

Após 30 longos e maravilhosos dias viajando, para longe do Rio de Janeiro, percebi que o mundo que vivo é aquele que eu planto e cultivo dia-após-dia.
Não há segredo para encontrar a felicidade senão em nós mesmos.
Descobri isso em cada cidade que parei, nos momentos em que tive que "virar-me" sozinho, quando não tive alguém por perto e no momento em que estive prestes a encarnar a criança só e medroza. Foi então que surgiu uma força em mim que fez-me sair da solidão e partir em descoberta do novo mundo que surgia.
Foi um momento bom e de reflexão sobre tudo que ocorre a minha volta, principalmente em relação às pessoas.
A viajem começou com uma gostosa visita aos meus familiares em Londrina... É muito bom ter uma família querida, apesar de inúmeros problemas (que é mais do que normal), e unida. Depois de quase 10 anos sem pisar na terra natal de meu pai, percebi que as sementes que plantei darão frutos ótimos e esses serão colhidos lá.
A maioria das pessoas não estão preparadas para o novo e a comodidade faz com que elas não avancem em suas vidas e que a "amizade virtual" é cômoda para muitos e não interessa se alguém desloque por mais de 500Km para mudar o status para "amizade real". Talvez por achar que o encanto e magia do "intocável" acabem deste ponto em diante.
Com excessão de Londrina, Maringá e Balneário Camboriu (em que tive a família ao meu lado), nos demais lugares vivi uma sensação ,em alguns momentos, terrível de solidão e fragilidade. Isso só vem mostrar que apesar de ousado, tenho meus momentos "down". Por mais que eu queira, ainda não consegui me adaptar à solidão por completo e não consigo fingir que tudo é passageiro ao estar com um estranho do lado. Isso é terrível para alguém que se entrega de corpo e alma às pessoas e está sempre tomando porrada por julgá-las como as mais perfeitas criaturas do universo.
Enfim, depois de Londrina, Florianópolis foi tudo ótimo, graças ao Fefo, amigo do Cupido Rafael. Não tenho do que reclamar, mesmo ficando só por alguns momentos. Em São Paulo, vivi a vida de quem está na maior cidade do Brasil. Uma verdadeira selva de pedras, que graças ao amigo Gustavo, não permitiu que caisse em alguma armadilha oriunda das grandes metrópolis, mesmo eu morando no Rio de Janeiro. Lá, percebi o quão as pessoas são individualistas e o quanto devemos ser humildes, neste mundo cão.
Se tens um amigo, valorize-o e agarre-o como se fosse sua vida, porque é muito triste vivermos sem ter com quem compartilhar momentos, sejam eles bons ou ruins. Mais uma vez, descobri enquanto viajava pelo sul do país.
Se alguém que mal te conhece, te promete mundos e fundos de alegrias, desconfie, pois pode se tratar de um oportunista.
¿Abraços!