segunda-feira, 12 de outubro de 2015

#228 - Perdas e Danos

Fazendo uma retrospectiva de sua vida, parece-lhe que o constrangimento "caminha" contigo desde o seu nascimento. Ainda no berço, foi submetido a inúmeras agulhadas das enfermeiras (como se fosse boneco de vudu), com a finalidade de achar sua veia e aplicar a medicação. O constrangimento seguinte foi, já crescidinho, com as gêmeas taradas por criança "cheirando a leite". E na rua, tinha que provar a todo momento que não era menina (quase um atentado ao pudor) devido ao corte de cabelo que sempre remetia a tal lembrança. Um pouco mais crescido, e com um novo carma, a irmã caçula aprontava e ele apanhava. O pai fazia questão daquelas brincadeiras de gosto duvidoso, mas que para uma criança tornava-se  um tanto quanto "constrangedora" na frente de seus "colegas de copo". E continuando com a série de "bullying" contra ele, o seu algoz seguinte foi nada menos que seu primo mais velho, que o obrigava a manter relações quase sexuais, para satisfazer-lhe o prazer de homem e sempre com ameaças caso falasse algo. Na escola, sempre atacado pelos colegas da "cozinha", por não ter jeito nos esportes, por gostar de ler e apreciar mais o conhecimento e a cultura do que os demais rapazes, era chamado de "mongol". Até o presente momento não entendia o porque de tal comparação se ele nem de perto parecia com um. E o tempo foi passando até que chegou o momento de "virar" homenzinho. Desta vez o constrangimento foi na escolha da carreira a ser seguida e nisso foi induzido a prestar vestibular para um curso o qual não interessava. Já que não foi para o curso "sugerido", então foi "jogado" para uma faculdade que não tinha nada demais senão o endereço, na zona sul da cidade. Após decidir o que queria para si e na busca pelo "amor de sua vida", deparou-se com vários caras que lhe arrancaram suspiros, mas tudo não passava de "brincadeira de criança", e inúmeras vezes ele quebrou a cara, Mas foi com um tal de CatBoy que ele soube pela primeira vez o que era sentir amor de verdade. A dor de um amor não correspondido é uma dor que se sente n'alma, seguida de sentimentos que deixam qualquer pessoa, por mais forte que seja, um verdadeiro bagaço. E os constrangimentos se davam até no trabalho, apesar de sua postura tão discreta quanto reveladora e vez ou outra era obrigado a "engolir" todo tipo de piadinha contra gay ou ouvindo discursos no melhor estilo "cabeleira do Zezé". Em uma grande empresa, recebeu várias "bulinadas" de um colega de trabalho e provocações que davam a entender que haveria algo mais do que a amizade. E houve a dispensa (por outro motivo) sem que algo se concretizasse. E assim foi levando a vida, com várias pessoas passando por ele, apresentando-lhe a mentira e arrancando-lhe a esperança de encontrar pessoas melhores. Até roubo ele já sofreu e sempre prometeu para si mesmo jamais querer fazer novas "amizades", tendo em vista o histórico de pessoas que passaram pela sua vida. Mas aí aparecia alguém  que de alguma forma roubava-lhe a "chave do coração", fazia juras de amor para depois o presentear com um PB (não, não é sigla do Estado da Paraíba, mas sim o famoso "Pé na Bunda"). E mais uma vez, em casa, ele sofre com a brutalidade das palavras proferidas por suas mãe e irmã. Em seu último relacionamento, apesar do lindo casal que formavam, a incompatibilidade entre os objetivos de cada um e o temperamento agressivo do outro (não vale a pena apanhar por amor) fez com que a relação acabasse depois de cinco anos. E por falar em PB, numa "saída" descontraída, com alguém que já conhecia há algum tempo, eis que tem um pertence seu furtado, mas graças a Deus, recuperado 48h depois. Pois é... sozinho não tem como ser magoado por ninguém (#sqn) e assim ele levou sua rotina até que aparece alguém com um sorriso lindo, um rosto encantador, com sonhos para a vida, planos em conjunto e um discurso  que deixava claro o que aquele alguém jovem de espírito sentia por ele. Parece que, enfim, apareceu o melhor amigo do mundo. Mas tudo que foi dito, ainda que de pureza e sinceridade, não condisse com suas atitudes e acabou (mais uma vez) magoando por demais. Se há sinceridade, honestidade, boa índole e demais características dignas de consagrá-lo como o melhor companheiro que se pode ter, porque ainda ser machucado desse jeito? Mas o cara não mentiu! Então, quem mentiu? Até quando continuará a ser enganado?
¿Abraços!

#sqn - é incrível a capacidade de boicote a ele mesmo, quando se perde nos lugares, entra em favela por engano, troca endereços e até ponto de ônibus. Por sorte, ele tem um bom Anjo da Guarda, porque como guia...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

#227 - Diário de um eterno apaixonado

Ele nasceu e cresceu como uma pessoa "normal" mas mal sabia que o destino havia de lhe pregar surpresas nada fáceis de superar. Ainda quando pequeno, foi aliciado pelas gêmeas que cuidavam de ti, enquanto na pré adolescência foi "sutilmente" assediado por um parente e ameaçado, caso contasse algo. Mas a inocência foi embora com o segundo parente, cujo encontro revelou-lhe um prazer que só mais tarde viria saber o que realmente representaria para si.
E a "clausura" durou mais tempo do que ele imaginava. Entre um e outro "romance", namoros que satisfaziam o ego dessa sociedade hipócrita mas não preenchiam sua alma. E o tempo foi passando até que um dia ele conheceu o cara que o inspirou a escrever e o libertou do "armário" em definitivo - Catboy. Um carinha bonito e tão simpático, que o conquistou de forma avassaladora, mas que escondia por trás de toda essa sutileza uma pessoa má, sem dó nem piedade em relação ao sentimento alheio (aliás, algo muito comum nessa sociedade "perfeita"). Mas teve algo bom por trás disso  As correntes do armário foram quebradas e depois de uma semana de sofrimento intenso, a suavidade do espírito mais leve. Então vieram vários "romances", mas nada comparado com o "primeiro amor" e foi assim até que um Piá do sul conquistasse seu coração. Foi um relacionamento bonito, bastante duradouro mas que não teve uma boa base para se manter. Ele se esforçou ao máximo e fez tudo que pode para que o relacionamento deles fosse exemplo. Mas, como "uma Andorinha não faz verão", e para mostrar que com ele tudo acontece ao contrário, ao invés de uma música de começo de romance, teve uma música de separação. E ao som de "Depois", cantado por Marisa Monte encerramos 5 anos de um relacionamento que, não se pode dizer que foi o melhor.
E a vida continuou até o dia em que ele foi convidado a não seguir direto pra casa... quando numa conversa boba e com um sorriso simples ele foi cativado e sem perceber estava se apaixonando novamente. Houve o primeiro encontro, o segundo e tantos outros que não havia explicação. E ele percebeu que estava sendo convidado a um relacionamento sem mentiras e verdadeiramente sincero. Tudo foi dito nas "entrelinhas" entre uma conversa e outra, e o amor invadiu seu coração como um maremoto à uma cidade litorânea. As palavras eram sinceras, os gestos também e o mesmo sentimento inerente ao "primeiro amor" voltou com mais força. Tudo estava indo muito bem, até que a "bruxa má" interferiu no plano de ambos, adiando os mais belos sonhos. Mas como não há mal que resista ao tempo o que parecia ter saído dos planos de ambos está voltando ao eixo, claro que num tempo bem maior do que naturalmente ocorreria, E esse amor o consome diretamente na alma, queima sem piedade o seu coração e o faz sofrer como nunca ocorreu antes. Como pode alguém fazer tanta diferença na vida de outra pessoa? Como disseram: foi um "encontro de almas". Será que ele será forte o suficiente para aguentar até o dia em que seu amado finalmente se revelará para si e então poderem viver juntos e felizes para sempre, eternamente?
¿Beijos!