sábado, 26 de outubro de 2013

#202 - Tem garantia?

Relacionamento a dois é difícil, que dirá a três, quatro, num condomínio, numa sociedade. Cada ser é uma individualidade e por mais semelhantes que sejam suas características, nem os gêmeos pensam de forma totalmente igual.
E é nesse ponto que há de se ter cuidado com o que se faz, com o que se fala e muito jogo de cintura para corrigir eventuais "atropelos". Raros são os casais que combinam perfeitamente, mas percebo que muitos não dão certo por pura vaidade individual e falta de vontade de sentar, conversar e corrigir os próprios "defeitos" que só são percebidos pela outra pessoa.
Mas como viver um grande amor sem correr riscos, sem ser ferido, sem arriscar? Não há fórmula mágica. O ser humano é uma caixinha de surpresas que mesmo depois de muito tempo de convívio, pode nos trazer coisas admiráveis... ou não!
A maioria das pessoas não conhece a si mesmo, que dirá de outra e para tal é necessário fazer um grande esforço em prol do relacionamento e do bom convívio de ambos. Ainda hoje me impressiono com casais que estão bem, felizes e de repente, entram em crise, trocam-se as peças como simples acessórios e se auto declaram felizes mesmo com a constante troca.
Mas tudo tem um prazo, certo...!? Errado! É aí que as pessoas pecam. Não correm atrás, não mudam, não buscam pelo amor inicial, deixando a rotina tomar conta do relacionamento.
E assim também sou eu. Não me conheço por completo, mas sei do que sou capaz quando apaixonado. Meu esforço e energia ficam maiores e faço de um todo para que, no dia a dia o amor se preserve. Todavia, ainda de forma egoísta, espero a troca e quando isso não ocorre, a frustração toma conta e o sentimento mais nobre de todos vai se esvaindo.
Não escrevo aqui como um expert no assunto, até porque já tive relacionamentos curtos, longos e amores de verão, mas é fato que eu tentei fazer o melhor, dei o melhor de mim e se não obtive êxito, talvez porque não tenha sido suficientemente bom ou não recebi a crítica necessária e continuo aprendendo.
Mas é certo que, como cantou o saudoso Tom Jobim: "é impossível ser feliz sozinho".
Ou amamos todos os dias, como se fosse o último dia de nossas vidas ou então deixemos a rotina tomar conta e assistimos de camarote algo que pode ser tão belo cair no esquecimento e começar (com todas as dificuldades iniciais) tudo novamente.
¿Beijos!

domingo, 20 de outubro de 2013

#201 - Saudades do Tempo da Vovó


Saudade da época em que se andava de bonde, em que a quantidade de ônibus era mínima e que a viagem de trem era tranquila. Saudade da época do Hot Dog, do Milkshake e da Banana Split e da boa música. Saudade da época em que íamos ao mercado e não ao supermercado ou hipermercado, conhecíamos o dono, seus funcionários e éramos bem tratados. Íamos ao cinema, às lojas e andávamos de ônibus, não precisávamos ser conhecidos para ser bem tratados.
Tenho percebido, dia-a-dia, que os serviços estão cada vez piores e as pessoas cada vez mais intolerantes.
Nos ônibus, além de ainda termos que passar por ruas esburacadas ou mal asfaltadas, temos que lidar com motoristas e cobradores mal humorados que sequer respondem ao cumprimento dado pelo passageiro e ainda com o agravante de ficarem "pendurados" o tempo inteiro no celular, seja falando ou nas redes sociais, dando pouca ou nenhuma atenção ao cliente.
Excetuando-se algumas lojas de vendas aonde os funcionários são comissionados, percebo uma tremenda má vontade das pessoas em servir às outras, mesmo que sejam suas atribuições.
Talvez essa seja uma consequencia da falta de uma base educacional e religiosa com foco nos princípios éticos e morais, de respeito ao próximo, à diversidade e principalmente de valorização do trabalho e dos profissionais, sejam eles quais forem. E não só o trabalho está desvalorizado, assim como o próprio ser, quando servem de "inspiração" para as músicas de funk.
O mais triste é saber que falta mão de obra na "base" e essas pessoas, mesmo com má vontade e atendimento aquém do que um cliente merece, têm emprego garantido por escassez de mão de obra. Por outro lado, muitos vovôs e vovós estão assumindo posições da base (para complementar a aposentadoria), que deveriam ser dos jovens. Ainda assim, percebo que poucos aproveitam essa oportunidade ímpar, de aprender com quem tanta experiência, com valor infinitamente maior do que qualquer conhecimento na melhor universidade do mundo.
Faço o meu melhor, busco orientar as pessoas para que procurem ser boas a cada dia e sempre que posso as incentivo e elevo para que dêem seu melhor.
Ah, vovó... que saudades de ti e da época da boa vontade.
¿Até!