domingo, 12 de setembro de 2010

#183 - Missão Abortada

14 de Julho de 1973, nasce às 2:40h uma criança, logo batizado pelo nome de Willian e registrado por Willian de Azevedo Tirapelli. Nascido de uma família humilde, porém trabalhadora, seus pais, Nilza de Azevedo Tirapelli (depois de casada, suprimiu o "Manhães" após o primeiro nome) e Fernando Tirapelli, batalharam bastante para cuidar dessa criança, que por inúmeros problemas, teve uma infância bastante atribulada, entre idas e vindas ao hospital (hoje eu questiono se a causa de tantos problemas de saúde na minha infância não foram conseqüência da irresponsabilidade da gestadora, em fumar maços e maços de cigarro, diariamente).
Até os quase 5 anos, foi considerado o xodó da família, quando em Fevereiro de 1978 nasce a sua irmã, Daniele.
Agora com 02 filhos, era necessário que os esforços da família fossem redobrados e com isso, mamãe começou a trabalhar.
Apesar da família humilde, tive tudo que uma criança de classe média poderia ter, desde os bonequinhos Playmobil e seus acessórios, até o Ferrorama, passando por Banco Imobiliário entre outros.
O pai nunca foi presente e até hoje ele não saibe o significado de família ou coisa parecida. Entretanto, os amigos dos botequins eram e ainda o são seus verdadeiros familiares e amigos.
Lembro-me das inúmeras brigas, com direito a agressões físicas por parte de mamãe com papai , por conta da embriaguez dele. Todas as noites era a mesma coisa. Nos fins de semana, enorme era o sacrifício para que a família passeasse junta. Ir para um pouco mais longe, nem pensar. Não há nenhuma lembrança referente ao seu passado e sua vida, ao contrário da mamãe. E por seu total desapego a família, hoje posso afirmar que ele nunca foi um pai e sim alguém que paga as contas e compra comida para dentro de casa, com direito a sujar (e muito) tudo e não ter a menor competência para arrumar e/ou limpar nada.
E assim o é, até hoje... o botequim é sua prioridade e a embriaguez diária só não cansa aos poucos parentes que vez ou outra vem visitá-lo.
Quanto a mamãe, mesmo depois da separação, há mais de 20 anos, não perdeu o hábito de querer brigar ou arrumar pretexto para brigar com quem quer que seja. Reclamações, lamentações, queixas das outras pessoas e tantos outros atos deixam-me triste. E por menos que eu queira, toda a vez que estamos juntos, não é diferente... brigas pelos mesmos assuntos: "por que você não faz um concurso público?"; "ainda está com dívida?"; "você é um irresponsável..." e blá blá blá. O mais triste é saber que ela optou por seguir para uma velhice, cheia de tormentos, preocupações que não lhe dizem respeito, endividamento de forma irresponsável e com pouco cuidado com sua saúde, tanto mental quanto física.
E a irmãzinha, que acompanha-me desde os meus 5 anos... nunca foi amiga e sempre optou por ficar do lado "mais forte", não interessando quem tivesse razão. E hoje tem a "cara de pau" de abraçar-me, dizer que gosta muito de seu "irmãozinho" e que se preocupa com o "irresponsável" que ele o é. Como se algum dia eu tivesse feito algo que prejudicasse a família ou coisa do tipo e tivesse invejado como ela invejou, minha situação que, se tivesse mantido, faria estar longe de toda essa corja.
E os amigos... Tendo em vista o meu nível de esclarecimento em relação a maioria e segundo a definição de Aurélio Buarque de Holanda, posso dizer que não os tenho. Infelizmente, não tenho com quem contar, de verdade, por perto. Nem quem se diz minha melhor amiga, não é capaz de auxiliar-me e ainda tem a capacidade de reclamar da minha vida, ao contrário de mim.
Com um histórico desses, não é de se espantar que quem a viveu tenha tido, em algum momento da vida, algum "surto". E foi isso que aconteceu, que será contado em ocasião oportuna, mas posso afirmar que falhei na missão de integrar-me a essa família escolhida, pois hoje meus sentimentos estão limitados quanto a todos.
¿Abraços!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

#182 - Um peixe fora d'água.

Há muito tempo desejaria ter somente um projeto pendente ou parado. Ao invés disso, estou com vários deles parados, pela metade e por culpa única e exclusivamente minha. Não me lembro desde quando, mas vários fatores externos me "bombardeiam" e me deixam numa incognita quanto ao que ocorre.
Ainda quando trabalhava na Contact Seres, vislumbrava uma promoção, que nunca ocorreu e alguém que, apesar de carismático, não tinha a visão que eu, passou no processo seletivo. E como justificativa, fui informado de que não estava preparado para o cargo, apesar de fazer o que o outro não fazia e não fez depois. Sai de lá, a convite, para trabalhar num outro call center, do mesmo nível e concorrente. Não sei se posso chamar aquilo de nível, pois a desordem era geral e o lugar era pior do que eu imaginava. Cumprido o contrato de 3 meses, já estava trabalhando em outra empresa (para um colega) e percebi que seria mais util, além de fazer algo da minha área.
Além do mais, o meio em que me encontrava e as pessoas que me rodeavam, estavam numa sintonia muito diferente da minha. Não quero aqui, dizer que sou superior ou melhor que eles. Ao contrário, estou muito distante disso, mas é horrível quando você não tem com quem possa contar para nada e ainda por cima acumular conhecimentos que não tem com quem dividir.
Aliás, as pessoas que estão do meu lado, também.
Alguns planos foram por água abaixo. É horrível quando nossas expectativas se elevam e de repente... caem em ruína como um castelo de areia e tudo morre.
A família tem sido outra decepção, a medida que meu caráter está moldado para o certo (apesar de afirmar que ainda estou longe da perfeição) e assisto a atos decepcionantes para mim, como pessoa.
Em resumo: um namorado que mora longe, "amigos" para lá de amigos, uma família tão individualista que nem lembra a instituição ora citada entre outras coisas.
Poderia até entrar em detalhes sobre cada coisa que acontece, mas não estou certo de que tamanha exposição me faria bem. A quem tiver que interessar, exponho no momento certo, até porque, também estou cansado de monólogo.
Enfim, há algum tempo eu digo que não estou bem, estou "meio" deprimido e que estou muito aquém daquilo que sou como profissional, pessoa, amigo etc.
Vou trabalhar mais para sair dessa situação e voltar para o "mar" que é meu.
¿Beijos!