quarta-feira, 7 de janeiro de 2004

#12 – Ser ou não ser...


Eitá frase capiciosa! Isso não se trata de trecho da obra do memorável William Shakespeare, mas sim de uma realidade vivida pela maioria dos visitantes deste modesto blog. Não falo aqui da questão de ser ou não homossexual, mas de como encarar estar realidade perante a sociedade e principalmente, os pais. Está aí uma questão muito delicada: como encarar nossa sexualidade diante dos pais? (não quero dizer com isso que devemos nos esteriotipar afim de mostrar a todos de nossa preferência sexual, pois isso é uma coisa muito pessoal do indivíduo. Até hoje não presenciei nenhum católico ou espírita saindo por aí dizendo a todos que tem para si a religião x ou y). É muito difícil para eles aceitarem tal condição do filho, tendo em vista que todos "investem" seus sonhos não realizados nas crianças, além da questão dos netos, bisnetos etc. Imaginem a frustração que eles não devem ficar quando recebem essa notícia? Com isso, a maioria de nós reservamo-nos ao direito de pôr o assunto de lado e continuar tocando a vida, evitando assim brigas, insultos e confusões desnecessárias, já conhecidas por alguns e ouvidas por muito de nós. Porém não quer dizer que nossos pais deixem de nos amar. Nesse momento, há uma mistura de sentimentos, tais como tristeza, frustração, além da sensação de que eles erraram em alguma coisa. As reações variam de família para família, mas é certo que o pai sempre é o mais rígido neste momento e a mãe a mais triste. Talvez seja por eles (os pais) amarem o filho "perfeito" segundo suas concepções e elas (as mães) amarem o filho gerado. Sem falar no clima que fica dentro de casa... Isso se dá por eles estarem inseridos numa sociedade hipócrita e "moralista" que finge não enxergar as pessoas como são, em seu íntimo, preferindo vê-las no grupo em que estão inseridas. Sair ou não debaixo dos lençois... Eis a questão.