segunda-feira, 22 de agosto de 2005

#58 – O último que dá a palavra...

É impressionante como certos valores ainda predominam em pleno século XXI, principalmente nas regiões mais pobres em termos de educação e cultura. E não importa o grau de cultura que o indivíduo atinge, pois como dizia vovó: "quem com porcos dorme, farelo come". O machismo é algo natural nas áreas pobres do Brasil e ainda há gente que justifica-se pondo a religião à frente de seus atos, isentando-se assim, de qualquer responsabilidade em sua forma de agir.
Posso dizer que tive uma educação exemplar e uma mãe sensacional, pois conheci uma mulher disposta a nunca abaixar a cabeça para um homem e não se submeter aos caprichos de uma sociedade hipócrita e sem pudor.
O machismo é nada mais do que uma verdadeira falta de respeito com as mulheres, mulheres essas que ajudaram e ajudam a fazer esse país crescer, a pôr grandes organizações para frente, cuidam da casa, dos filhos, e que são o pilar principal da família.
Afirmo isso, tendo minha mãe como exemplo vivo...
Como pode, em pleno século XX, existirem pessoas que teimam em manter esse tipo de mentalidade?
Poderia aqui, citar como exemplo o caso de meus pais, entretanto compreendo que a educação que ambos tiveram foi diferente. Enquanto ele foi moldado nos padrões "tradicionais" para a época (60 anos atrás) para ser um chefe de família (só esqueceram de dar o exemplo) e sustentar o "sacro" lar, minha mãe foi criada para ser uma mulher prendada, responsável e acima de tudo, independente de qualquer homem. Chega-se a conclusão de que o machismo aqui em casa não deu certo.
No entanto, um primo meu nascido no interior do PR, estudante de Odonto na PUC de Curitiba, que conheceu sua esposa no HSBC (aonde ambos trabalhavam), hoje vive no PA nos mesmos moldes em que seu pai foi criado e ainda provando por "a + b" que lugar de mulher é em casa, cuidando da família, dando amor e educação aos filhos e ele sustentando a casa, além de estar escrito na Bíblia...
Não discuto com ele, por razões que vão além de nosso grau de parentesco. Ele não é uma pessoa ética e se acha dono da verdade e de todos acima de tudo, mesmo com consciência de que é um "caipira", pois diz que falar errado é o certo e que não faz questão de se auto-corrigir, mesmo tendo sido formado pela PUC.
Observo hoje em dia que o espaço da mulher deixou de ser o do lar e há muito é o da liberdade... liberdade de ir e vir, de ter o que é seu, de conquistar seu espaço, de dar palpites no crescimento e desenvolvimento do país, enfim, de ajudar aos homens a fazer um mundo cada vez melhor.Será que um retrocesso à sociedade dos anos 40 é o ideal?