domingo, 22 de fevereiro de 2004

#20 – A porta

*** Antes de começar, quero agradecer à todos pelo imenso carinho que tenho recebido, tanto pelo blog quanto pelos e-mails. Na medida do possível, irei responder a todos, sem excessão. O motivo da demora, vocês viram no último post.***

Não podia escolher um símbolo melhor para falar de algo que muitos de nós ainda não temos, seja em casa, no trabalho ou em algum lugar público. Aliás, este símbolo da casa tem uma enorme importância e poucos se dão conta disso. É por trás dela que acontecimentos históricos, fatos marcantes, encontros as escondidas e muitas outras coisas acontecem, além de nos "protegerem" dos perigos que rondam por aí. Já perdi a conta de quantas vezes fiquei do lado de fora de casa por causa da bendita... ela quietinha no lugar dela (trancada) fazendo careta para mim por esquecer a chave. Mas é com ela que temos parte de nossa privacidade assegurada, pois o que seria de nosso cantinho se não fosse ela para impedir invasões não autorizadas. Aliás, acho que em algum momento da vida algum de nós passou por algum constrangimento por falta de privacidade. Já passei por várias vezes e nunca me calei com relação a isso. Em casa, quando minha família morava junta, minha mãe e irmã sempre procuravam ficar atentas para saber com quem estava falando ao telefone, vindo com a mesma pergunta cretina de sempre: "-com quem estava falando?" Resp.: Com o Papa, discutindo sobre a inclusão da minha imagem no quadro da Santa Ceia, no momento em que jogava carteado com Judas.; também acontecia quando chegavam da rua e viam meu quarto com a porta fechada (abriam para ver ser estava tudo no lugar ou eu tinha tido alguma crise e estava pendurado no teto como um morcego ou saber quem estava comigo) e largavam a p... da porta aberta; sem contar com as correspondências, que se não eram abertas (por serem faturas a pagar), perguntavam quem era fulano ou beltrana que havia escrito; no trabalho é a mesma coisa, quando deixam a m... da porta aberta e tudo quanto é cliente que entra na empresa (incrível como tem tanta gente com o síndrome da girafa), esticam o pescoço para ver quem está dentro. O mais incrível, é quando procurava emprego e tinha que preencher em algumas fichas coisas como: cor da cútis e religião e se não me engano, sexualidade. Porra!!! Será que não temos direito de sermos nós mesmos sem ter que expôr-nos por completo? Já basta muitos (como eu) terem que esconder-se atrás de uma máscara por não ter sua privacidade respeitada para ser o que é. ¿Beijos!